Crianças são mais resistentes ao coronavírus ?

Dos quase cem mil acometidos pela Covid-19 no planeta , as crianças infectadas são raridade .É um grande alívio para mães e pediatras, mas a razão disso permanece um mistério. Afinal, as crianças estão naturalmente protegidas do coronavírus? 

Parece que sim, e há várias teorias a respeito. A primeira diz que as crianças até se infectam, mas na maioria das vezes não manifestam sintomas. Os pesquisadores descobriram que menores de dez anos eram tão suscetíveis a contrair o vírus quanto os mais velhos, mas um risco bem menor de sofrerem sintomas severos como inflamação nos pulmões ou dificuldade respiratória. 

Sistema imune das crianças é mais eficaz contra o coronavírus? 

Geralmente, por ainda estarem com o sistema imune em desenvolvimento, as crianças são o grupo de risco para versões graves de gripe, transmitida pelo vírus influenza, pneumonia e outras doenças respiratórias. No caso do corona, suspeita-se que a imaturidade seja de certo modo positiva, levando a uma reação mais equilibrada do corpo frente ao vírus. 

Como assim?

O que faz um vírus ser mais agressivo é uma resposta imune exagerada ou desregulada, que gera o processo inflamatório por trás dos sintomas da doença. As crianças, por ainda estarem com as defesas imaturas, não conseguiriam gerar tamanha inflamação.

É o estado inflamatório que causa febre, mal-estar e a inflamação nos pulmões que leva aos quadros mais perigosos da Covid-19.

Esta inflamação exagerada, somada à presença de doenças crônicas e à queda na resposta imune inata relacionada ao envelhecimento , ajuda a explicar porque certas doenças são mais graves nos adultos do que nas crianças, como a catapora , por exemplo.

Outra teoria para explicar a baixa incidência nos pequenos é que, como as crianças são expostas frequentemente a outros tipos de coronavírus (geralmente causadores de resfriados comuns), seus anticorpos ofereceriam uma espécie de proteção “de tabela” contra a nova forma da doença .

Mas eu soube de crianças que morreram …

No entanto, um estudo com 2.143 pacientes menores de 18 anos na China, indicou que 6% dos pequenos desenvolveram infecções graves, principalmente entre os bebês.

De acordo com o estudo, cerca de 50% das crianças apresentaram sintomas leves, como febre, fadiga e tosse, enquanto que 39% delas tiveram sintomas moderados, como pneumonia e problemas no pulmão.

O estudo apontou ainda que quase 11% das crianças que ficaram gravemente doentes tinham menos de um ano e 7% entre 1 a 5 anos.

Mesmo com esses casos clínicos graves, a maioria das crianças ainda parece não ter sintomas tão críticos. Segundo informações do jornal americano The New York Times, uma das teorias é que as crianças têm pulmões mais saudáveis que os adultos, pois foram menos expostas à poluição. 

Autor: Dra Fernanda Naka

Pediatra

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